domingo, abril 25, 2010

Metrô

Rostos passam,
luzes se vão,
riscando o escuro de um túnel infinito,

só eu fico, ou talvez, só eu vá,
e todo resto fique,

mero ponto de referência,
nesse fim de noite,
que de nada me serve,
para compreender as agruras do dia,

rostos cansados, impacientes de mais um dia,
olhares distantes, em que pensam?

no fim da estação,
no fim do dia,
no fim da vida...

só eu penso em terminar esse poema.

4 comentários:

Anônimo disse...

Pensam no fim da linha? Mas a linha tem fim?
Pensam no final do dia? Mas se já é noite...
Pensam no final da vida? A vida só começou.
E o final do poema...pensamos juntos, o que você acha?

JoanPa disse...

No vagão da espiritualidade, o fim é o começo.
Os rostos cansados, perdidos, clamam pelos olhares alheios. Quem sabe uma piscada......um sorriso singelo.... quando o olhar se volta para dentro, as chaves começam a se abrir, o duo vira uno e voltamos para casa.
besos
Joan Pablo

Patrícia Gonçalves disse...

A linha tem fim, que o diga os passageiros que sonham com a extensão até à Barra (rsrsr)

Patrícia Gonçalves disse...

Gracias, Pablo, talvez seja isso mesmo, os rostos cansados anseiam um sorriso singelo, só.

besos