sexta-feira, abril 08, 2016

Ser consciente


Se tornar consciente é acolher a luz e sombra que habitam em você. É se tornar consciente de você. Algumas pessoas passam anos a fio fugindo de suas sombras, temerosas perdem a grande oportunidade de elucidar esta parte de si.

Trabalhar essas limitações pressupõe coragem e determinação, mas pressupõe também, principalmente, compaixão. Compaixão com a humanidade que há em você.

Precisamos visitar ou revisitar espaços e lançar um novo olhar sobre nossos cômodos. Precisamos realmente de tantas paredes e de muros tão altos?

Que tal reconhecer que é um ser único, maravilhoso e que não há nada de errado com você? É uma questão de escolha!

#PatriciaGoncalves

Tempos de recomeço


Há momentos que talvez você se sinta perdido, se questione dos caminhos que se abrem à frente. Se sente fragilizado e só, e bate uma saudade de outros tempos, pessoas, sorrisos. A alma dói, o corpo dói e o único desejo talvez seja fugir pra não sentir mais dor. No silêncio, um sentimento de querer colo, conforto e alguém dizer que tudo vai ficar bem.

Eu te digo, tudo vai ficar bem!

Talvez, o mais difícil para todos nós não seja a eternidade do tempo presente cuja dor parece ser infinita, mas sim nossa incapacidade de se desapegar dessa dor.

Temos apego as nossas dores, travamos um relacionamento afetuoso com elas, muitas vezes ocupam espaços de amores de outrora, entes queridos que se foram, servem de combustível para lutarmos, irmos adiante, nos protegem de mais dor e muitas vezes se transformam em muletas. Acabam por se tornar verdadeiras entidades, corpos energéticos que nos acompanham. Assim, é confortável carregar essas dores, sabemos como são, nos são íntimas, caras, por isso é tão difícil dizer adeus, tão difícil o desapego.

Quando entender qual o papel da sua dor em sua vida, estará pronto para deixá-la ir. Não tenha medo, agradeça todo aprendizado advindo dessa dor. Agradeça!

Escolha ser você e por você ‬

Que tal abaixar as barreiras e entrar em um estado de permissão onde você simplesmente se permite ser e observar. É muito simples, se você se posiciona como alguém que deve defender, combater, resistir, você estará criando um campo de resistência a sua volta. O outro irá sentir essa resistência, o outro irá perceber que também necessitará levantar suas barreiras sem mesmo entender porquê. É uma questão simples de ação e reação. Mas, se ao invés, você simplesmente se permitir ser, sem medo de ser atacado, sem necessidade de reagir, sendo resistindo ou alinhando, você estará criando facilidade a sua volta. O outro não irá te sentir como ameaça e poderá te ouvir melhor. 

E quando falar, fale com tato, sutileza, deixando bem claro que é o seu ponto de vista, que não tem que representar uma verdade para o outro, permita ao outro ver que ele pode discordar de você e por mais insano que seja, deixe claro que ele também pode ter o ponto de vista dele. No final, todos temos pontos de vista interessantes sobre tudo. Qual a necessidade de provarmos que estamos certos, e daí se alguém pensa que você está errado? Qual o problema? Já pensou o quão libertador é ficar na posição de estar errado? Você simplesmente não precisa provar nada pra ninguém! 

Alguém pode me perguntar, mas Patrícia, como isso vai ajudar ante a possibilidade de um golpe, não importa que tipo de golpe e de que lado ele venha. Por mais que queiramos salvar o mundo, somos responsáveis somente por nossas escolhas, aprendi há muito que criamos nossa própria realidade. Temos que nos perguntar, que realidade os brasileiros estão criando pra si e que realidade estou criando pra mim, onde estou me alinhando com tudo isso que está acontecendo? O que estou escolhendo que não estou percebendo? Seja consciente de suas escolhas, a escolha do outro somente será sua escolha quando você se alinhar ao que o outro escolheu. ‪#‎PatriciaGoncalves

O que você precisa para ser feliz?

Realmente, o que você precisa? De um corpo lindo, uma saúde perfeita, um relacionamento, muito dinheiro, viajar, mudar de casa, ter mais clientes, ótimo sexo, mudar de emprego..., se encontrar..., ter uma vida que faça sentido...?

Já se deu conta que estamos sendo buscando algo mais, e nunca paramos para avaliar o que efetivamente trava a nossa felicidade. Qual a causa de nosso desconforto? Alguns conseguem ir para o divã do analista, outros buscam na religião e tantos outros fogem até de se olhar no espelho. Eu carreguei meu desconforto durante muitos anos como alguém carrega seu próprio saco de ossos, como Rebeca em Cem Anos de Solidão. 

Meu desconforto era tão grande que não conseguia nomeá-lo, só conseguia dar conta daquela angústia e da ausência de felicidade. Fui fazer terapia, passei 12 anos fazendo terapia lacaniana, me dei conta de muita coisa, mas meu desconforto continuava lá. Durante anos tentei me encaixar nos padrões pré-estabelecidos, e obviamente, me recriminava, por falhar, assim, meu desconforto maior percebi, era ser errada, toda errada. O questionamento sempre me colocava no lado mais baixo da balança e nunca consegui atingir os padrões que havia estabelecido pra mim, assim, eu sempre estava em dívida e a cada dia essa dívida era maior.

Finalmente, descobri que a felicidade é estar em paz com você mesmo, é se aceitar, é não ter que provar nada para o outro, é ter prazer em ser você, é ter paz em ser você. É acolher suas sombras, seus medos, nunca se recriminar, sempre se incentivar. Porra, você é o resultado de uma longa caminhada, como não reconhecer isso? Você é fruto de todos os acertos e erros que você possa achar que cometeu. E, se eu te disser que não há erros e acertos, só experiências, e na verdade, aprendizado.

Passei anos me diminuindo, me sentindo feia, burra e não merecedora de ser amada. Pra piorar tudo, meu companheiro após dois anos de luta morreu de câncer na época e logo depois perdi meu cargo de executiva. Cheguei a um ponto onde se pensa que não há como ter mais dor, cheguei a brigar com Deus dizendo que se era para aprender pelo sofrimento eu preferia ser ignorante.

Que bom que em tudo há um lado bom, pois acabei descobrindo as Terapias Complementares de Cura, me dei conta das razões do meu desconforto, trabalhei minhas inseguranças, meus medos tolos, descobri minhas cores e me descobri. A cada dia me descubro mais, cada experiência se revela mais rica. O aprendizado é continuo, vi que posso compartilhar com as outras pessoas meu caminhar, me tornei terapeuta, descobri um caminho e minha missão. Descobri que felicidade é uma questão de escolha, e que você não precisa fazer escolhas eternas, decida só por um momento, decida só por agora. 
Permita-se ser feliz, escolha ser feliz, eu escolhi!

Construindo pontos de vista ou construindo pontes

O momento está delicado, mas a situação pede calma, reflexão imparcial dos fatos. Ser intolerante, intransigente, inflexível não resolverá nada. Todos possuem um ponto de vista interessante, mas são somente pontos de vista. Por que será que temos que defender nossos pontos de vista com unhas e dentes? Como se fosse uma questão de sobrevivência? Por que o outro não pode pensar diferente?

Por que temos que xingar, agredir, diminuir, destratar? Já se deram conta que a questão é de outra ordem. Quando somos tão intransigentes, não estamos mais falando de pontos de vista diferentes e interessantes, estamos falando de nós, da nossa necessidade de sermos aceitos, da imperiosa necessidade de ser. Nossa opinião passa a ser uma extensão de quem sou, assim, tenho necessidade de ratificá-la para além dos padrões sociais das boas maneiras. Rejeitar minha opinião é rejeitar minha pessoa, é negar quem eu sou. E quando temos tantas dúvidas sobre quem somos ou a nossa identidade, defender um ponto de vista interessante passa a ser algo vital, maior que o bem da nação.
Talvez, possamos estar perdendo uma oportunidade única, a possibilidade de poder construir uma estrutura que vá garantir um governo mais transparente, que tenha como base uma sociedade mais politizada. A crítica pura e simples é vazia, o julgamento inibe as possibilidades. Não há como acusarmos A ou B ou o sistema, fazemos parte dele, fizemos escolhas, mesmo quando escolhemos não escolher. Alguém poderia perguntar sobre o direito à liberdade de expressão, sobre a sua necessidade de compartilhar angústias. 

Mas, falando sério, se você tivesse a opção de fazer observações construtivas sabendo que iria ajudar o país a sair da crise ou a opção de criticar pela simples necessidade de defender sua opinião, mesmo sabendo que estaria piorando o cenário, participando do envenenamento generalizado dos ânimos e opinião. Qual você escolheria? Nossa luta deveria ser pela justiça, a verdade, e não defender ou acusar o partido A ou B ou o político C.

Onde está a nossa capacidade de observar e avaliar criticamente os fatos de forma imparcial? Onde estão as nossas competências para trabalharmos em conjunto em prol do bem coletivo? Talvez tenha orgulho de sua opinião, da fundamentação intelectual bem construída sugerindo seu nível social e intelectual, mas para além do seu ego, de que forma a sua opinião está contribuindo?

Obvio que sou a favor das mudanças, mas precisamos pensar a que custo? Qual a necessidade de se destilar ódio, a intolerância? Que raiva é essa que reside de forma tão visceral em nós e grita por libertação? Que raiva é essa que carregamos? O que está tão obliterado que não conseguimos ver?
Precisamos estar cientes que nossas ações têm impacto direto na construção do todo. A sua opinião e ação importa, a sua opinião e ação ajuda a construir a realidade do pais. Que realidade você quer construir? Que realidade você está construindo? Que contribuição você quer ser para o país? Pense com carinho!

p.s. - O texto acima, obviamente, nada mais é que um ponto de vista interessante da autora.