tardes melancólicas,
mesmo o vento é silencioso.
a sombra nas folhagens traduz uma tristeza,
perpassa o vazio entre os galhos
e se mistura aos últimos raios de sol.
momento etéreo,
entre a sombra fria,
e o sol, que ainda ilumina.
o céu de um azul profundo,
se mostra límpido,
e só,
o olhar através da janela mostra
o fim do dia...
os carros passando,
lembrando lhe de sua solidão,
sua condição de ser perdido,
de suas tardes da vida,
quando a noite cai,
e você fica só.
domingo, novembro 29, 2009
sábado, novembro 28, 2009
Desassossego da alma
Minha alma inquieta busca,
Caminhos outros,
Outra cor para o céu,
Outra cor para o mar,
Para vida busca definição,
Para o tempo,
Outra forma de dizer não,
Minha alma inquieta busca,
Respostas nunca ditas,
Conceitos jamais criados,
A face de Deus,
O endereço do céu,
Minha alma inquieta,
É criança, lúdica,
Busca um amor impossível,
De desejos insólitos,
Minha alma inquieta,
É sem descanso,
fala, ama, grita
atropela momentos,
Tem urgência de vida,
Felicidade e desejos,
E no caminho vai...,
Levando flores,
Provocando amores,
Causando espantos.
Vai alma, vai,
Mas, não se esqueça,
No caminho, de se hidratar.
Caminhos outros,
Outra cor para o céu,
Outra cor para o mar,
Para vida busca definição,
Para o tempo,
Outra forma de dizer não,
Minha alma inquieta busca,
Respostas nunca ditas,
Conceitos jamais criados,
A face de Deus,
O endereço do céu,
Minha alma inquieta,
É criança, lúdica,
Busca um amor impossível,
De desejos insólitos,
Minha alma inquieta,
É sem descanso,
fala, ama, grita
atropela momentos,
Tem urgência de vida,
Felicidade e desejos,
E no caminho vai...,
Levando flores,
Provocando amores,
Causando espantos.
Vai alma, vai,
Mas, não se esqueça,
No caminho, de se hidratar.
sábado, novembro 21, 2009
Relações virtuais e a nossa busca no outro
Esse mundo virtual é um prato perfeito para vivermos todos os personagens possíveis e imagináveis, aqui somos belos, altos, magros, íntegros etc. Escolhemos a melhor vida, a mais atraente, acrescentamos qualidades, diminuímos defeitos e..., estamos prontos! Produto acabado muito melhor que o fabricado por Deus.
Talvez, seja a promessa de sermos melhores, de termos vida mais interessante, de fazermos coisas diferentes, é a promessa de se recriar. Não é incrível, quanta porta, sonhos, economia de anos de análise essa telinha proporciona.
Realmente, que paradoxo, criamos nosso real perfeito no virtual. O único problema é que em algum momento teremos que transferir a perfeição para o real. Até lá prevalece a opção de ser você/real ou estender um pouco mais a novela criada.
Aqui podemos ser lindos e maravilhosos, não importa se não correspondemos aos ideais de beleza, porque estamos no plano virtual. Que se dane meus três olhos ou minhas verrugas ou qualquer outra coisa. A ausência de barreiras também facilita, pois cria um processo de intimidade gritante, em questão de horas se fica extremamente intimo de um inteiro desconhecido, e como, em um ato de confissão nos revelamos inteiramente, sem pudor.
Nosso interesse é limitado ao nosso discurso. A única coisa que importa aqui são as palavras, nos construimos com as palavras, sou o que escrevo e como me expresso. Não importa, se não me encaixo em padrões sociais, de qualquer ordem. Aqui, um deslize meu ou seu e o encanto (curiosidade ou/e interesse pelo mistério) desaparece. A possibilidade de desvendar ou construir o outro pelas palavras se apresenta como uma oportunidade altamente tentadora. O outro vai se descortinando aos poucos, fica na construção do idealizado. O outro é o que idealizo, na possibilidade do vir a ser.
O que nos move? Na verdade, o que nos move é a nossa eterna busca por nós mesmos. A busca pelo outro se revela efetivamente interessante, a partir do momento que o que nos fascina no outro é a nossa semelhança, a possibilidade do nosso reencontro. Que louco não, nos interessarmos por nós mesmos, enquanto no outro. Por que será que precisamos de referências externas, por que precisamos de espelhos? É meio narcisita não? Gostar do outro quando o outro se revela tão próximo de minha imagem.
O problema é a transferência para o real, as pessoas criam um mundo perfeito no virtual, relações perfeitas e tentam reproduzi-los no real. É complicado, mas como somos otimistas irrecuperáveis, acreditamos, bem lá no fundinho, que conseguiremos de alguma forma, criar o mundo perfeito, encontrar o amigo perfeito, um amante perfeito ou no melhor dos mundos nossa alma gêmea. Agora, isso já é assunto para outro post.
Talvez, seja a promessa de sermos melhores, de termos vida mais interessante, de fazermos coisas diferentes, é a promessa de se recriar. Não é incrível, quanta porta, sonhos, economia de anos de análise essa telinha proporciona.
Realmente, que paradoxo, criamos nosso real perfeito no virtual. O único problema é que em algum momento teremos que transferir a perfeição para o real. Até lá prevalece a opção de ser você/real ou estender um pouco mais a novela criada.
Aqui podemos ser lindos e maravilhosos, não importa se não correspondemos aos ideais de beleza, porque estamos no plano virtual. Que se dane meus três olhos ou minhas verrugas ou qualquer outra coisa. A ausência de barreiras também facilita, pois cria um processo de intimidade gritante, em questão de horas se fica extremamente intimo de um inteiro desconhecido, e como, em um ato de confissão nos revelamos inteiramente, sem pudor.
Nosso interesse é limitado ao nosso discurso. A única coisa que importa aqui são as palavras, nos construimos com as palavras, sou o que escrevo e como me expresso. Não importa, se não me encaixo em padrões sociais, de qualquer ordem. Aqui, um deslize meu ou seu e o encanto (curiosidade ou/e interesse pelo mistério) desaparece. A possibilidade de desvendar ou construir o outro pelas palavras se apresenta como uma oportunidade altamente tentadora. O outro vai se descortinando aos poucos, fica na construção do idealizado. O outro é o que idealizo, na possibilidade do vir a ser.
O que nos move? Na verdade, o que nos move é a nossa eterna busca por nós mesmos. A busca pelo outro se revela efetivamente interessante, a partir do momento que o que nos fascina no outro é a nossa semelhança, a possibilidade do nosso reencontro. Que louco não, nos interessarmos por nós mesmos, enquanto no outro. Por que será que precisamos de referências externas, por que precisamos de espelhos? É meio narcisita não? Gostar do outro quando o outro se revela tão próximo de minha imagem.
O problema é a transferência para o real, as pessoas criam um mundo perfeito no virtual, relações perfeitas e tentam reproduzi-los no real. É complicado, mas como somos otimistas irrecuperáveis, acreditamos, bem lá no fundinho, que conseguiremos de alguma forma, criar o mundo perfeito, encontrar o amigo perfeito, um amante perfeito ou no melhor dos mundos nossa alma gêmea. Agora, isso já é assunto para outro post.
quarta-feira, novembro 11, 2009
Paixão
Suspensa de tudo,
Suspensa de mim,
A alma num exercício de liberdade,
Pede permissão para se ausentar do corpo,
O corpo num exercício de vida,
Pára,
E, lembra-se de respirar,
Por um breve segundo,
Breve segundo,
Havia esquecido de buscar o ar,
Busca lá dentro, bem fundo,
Não no peito, mas na alma,
Esta, liberta que estava
Saiu para passear,
Saiu para ver as flores,
o céu azul...
o cheiro de jasmim...
Relembrar teus olhos,
Pobre alma, perdida que estava
Esqueceu de voltar.
Suspensa de mim,
A alma num exercício de liberdade,
Pede permissão para se ausentar do corpo,
O corpo num exercício de vida,
Pára,
E, lembra-se de respirar,
Por um breve segundo,
Breve segundo,
Havia esquecido de buscar o ar,
Busca lá dentro, bem fundo,
Não no peito, mas na alma,
Esta, liberta que estava
Saiu para passear,
Saiu para ver as flores,
o céu azul...
o cheiro de jasmim...
Relembrar teus olhos,
Pobre alma, perdida que estava
Esqueceu de voltar.
Amor inventado
Quisera ser amor,
como amor pudera,
haver pretendido,
Minh´alma chora,
ausência nunca existida,
posto lugar, espaço,
nunca se quer ocorrido,
A arvore chora em folhas secas,
que leva o vento o inverno perdido,
Teus olhos me encontram,
e dizem um tudo,
em mudas palavras,
Tuas mãos me buscam,
no acaso,
de gestos cegos,
Sinto uma falta calada,
de diálogos jamais conversados,
de um tempo nunca vivido.
como amor pudera,
haver pretendido,
Minh´alma chora,
ausência nunca existida,
posto lugar, espaço,
nunca se quer ocorrido,
A arvore chora em folhas secas,
que leva o vento o inverno perdido,
Teus olhos me encontram,
e dizem um tudo,
em mudas palavras,
Tuas mãos me buscam,
no acaso,
de gestos cegos,
Sinto uma falta calada,
de diálogos jamais conversados,
de um tempo nunca vivido.
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