estendo o braço numa tentativa cega de tocar a superfície fria e branca da gota translúcida, tarde, a gota se esvai como o éter que desaparece, vejo seus olhos, não mais que seus olhos, esses me sorriem através do tempo, não vá, ainda peço, mas são ecos de um pedido negado, a fronteira do tempo para sempre irrompida, os acordes trazem a dor escura de mais uma noite sem lua, estrelas que nada dizem, cúmplices da música que ecoa a minha volta e me veste como num ritual de morte.