sexta-feira, setembro 18, 2009

....Estrela, sede, viagem, encontro...


A estrela que brilha na borda da taça de cristal
É rubra,
Tremula na transparência a luz
Lançando cor no branco da toalha de linho,
E deixa um rastro tinto,
De vida e paixão,

Não tenho sede de um copo de vinho,
Tenho sede de ti,
beber-te inteiro,
Sorver gota a gota,
Feito vinho mais precioso,
Quero beber todos teus líquidos,
pensamentos, emoções e gestos,
beber teu cheiro e tua risada,
A ruga do canto dos olhos,
Tuas lágrimas,
Para jamais vê-lo chorar,

Quero beber-te,
Beber, beber e me embriagar,
E bêbada, sair numa viagem louca,
Passear nas palavras da página de um livro,
Em meio às flores de um campo de girassol,
No revoar com os corvos, no parque,
Nesta viagem, sou eu e sou todas,

A sombra da pedra da manha orvalhada,

E, como bêbado perdido na mais pura noite,
Vou beber-te continuamente,
E no traçado torto dos meus passos,
A cada gota me aqueço,
A cada gota me perco,
E, no entanto, me acho,
Sempre um pouco mais.

2 comentários:

ricardo el jaick disse...

só quem ama ou amou com este ardor, sabe do que vc está falando. Vejo como se fosse uma ferida aberta, sangrando e depois cicatrizando de dentro para fora. A cicatriz fica, mas o tempo abranda. Adorei

Patrícia Gonçalves disse...

Acho que todas as experiências ficam como cicatrizes indeléveis na alma..., nem o tempo abranda...

Ficam lá, pra sempre...

bjs