terça-feira, setembro 15, 2009

Guardiã

algumas vezes não me recordo da cor do seus olhos,
mas as lembranças me levam…
como folha ao vento,
trazendo imagens de ontem,
impressas num filme antigo,
em branco e preto,

lembro-me de dedos cegos,
que trilhavam caminhos,
de uma boca sôfrega,
que sugava-me os seios,
de quadris arquejantes...

e eu, a te observar dormindo,
velando teu sono,
na tarde triste,

transcorriam segundos, minutos, séculos,
do meu posto de guardiã,
eu eternizava o momento.

Um comentário:

Helcio Maia disse...

Guardiã da eternidade, dos "milnutos",
o momento suspenso, qual os babilônicos jarins.