algumas vezes não me recordo da cor do seus olhos,
mas as lembranças me levam…
como folha ao vento,
trazendo imagens de ontem,
impressas num filme antigo,
em branco e preto,
lembro-me de dedos cegos,
que trilhavam caminhos,
de uma boca sôfrega,
que sugava-me os seios,
de quadris arquejantes...
e eu, a te observar dormindo,
velando teu sono,
na tarde triste,
transcorriam segundos, minutos, séculos,
do meu posto de guardiã,
eu eternizava o momento.
Um comentário:
Guardiã da eternidade, dos "milnutos",
o momento suspenso, qual os babilônicos jarins.
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