Algumas vezes,
surge repentina,
vai rasgando,
abrindo caminho e explode,
surge do nada,
ou, talvez,
eu não queira saber,
me perturba, e então eu me escondo,
cresce, toma espaço e me ganha,
se faz presente e zomba de mim,
maldita dor,
desconhecida,
corta e faz chorar,
provoca tristeza profunda,
angústia que aperta o peito...
são tantos caminhos que às vezes me perco,
e, meu Deus,
é tão difícil encontrar,
solidão que sufoca,
tristeza sem fim,
porta fechada de um quarto escuro,
e o choro que se ouve é o meu,
perdido, em anos de desencontros.
(12/96)
2 comentários:
Pra mim é difícil comentar... As palavras fogem, o medo de ser mal interpretado toma conta; pois não sou ninguém para criticar. Mas lendo essa poesia, com desencontro, tristeza, essa complexa dor/arte de ser, a solidão(todos somos solitários de alguma forma) e ouvindo Clara Nunes cantando, Às Vezes Faz Bem Chorar. Me vem a dor de ser, a dor de amar, a dor de não chorar... E principalmente a dor de aqui estar; parado sentindo tudo/nada. Aqui no meu quarto, me perguntando... O que vai ser, o que vai acontecer. Não sei; esse mesmo escuro do quarto é o escuro da mente, confusa, nublada, atordoada. Meia hora despois não sei se fiz um comentário, um desabafo ou um comentário-desabafo, sei que você escreve com a alma, com o coração e está de parabéns!
Caro Henrique, esse poema ficou anos trancado, foi escrito em um momento de muita dor. Minha própria terapeuta não deva conta. Agora, acredito que acomete a todos, principalmente, nós seres buscadores de nós mesmos. Decidi postar o poema para mostrar que não estamos só, nem em nossa solidão. A busca continuará, mas essa dor de quarto escuro, passará, te garanto.
Obrigada, pelo desabafo, pelo comentário.
Seja sempre bem vindo!
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