Acredito realmente que tudo é energia e estamos conectados. Neste caso aqui, eu e os eletrônicos. Outro dia, um amigo recente disse que precisamos perceber as mensagens do universo, já que as coincidências não existem.
Pois bem, preciso de ajuda. Primeiro, descobri que tenho a maldição de Graham Bell, é isso mesmo, fui amaldiçoada por Graham Bell. Estou fadada por quanto existir a ter problemas eternos com os telefones, e não somente os celulares os fixos também. Até aí nada, você pode dizer que não é surpresa dado o nosso serviço de telefonia. Esse ano, em curto espaço de tempo, troquei de telefone 4 vezes, pra desespero da área de TI.
O primeiro pregava peças, você discava para alguém, o telefone completava a ligação e quem atendia era outra pessoa. Ele tinha vontade própria, ligava sozinho como também desligava na cara da pessoa. De uma grosseria impar. Não ligava para ninguém que começasse com as 6 primeiras letras do alfabeto, nem para alguns números. Assim, minhas ligações ficavam limitadas a alguns números cabalísticos ou o que me restava do alfabeto. As pessoas reclamavam “você não liga mais pra mim”. Mas, como explicar que a culpa era do telefone. Mensagens na secretária, estas nunca chegavam e se chegavam, chegavam depois da reclamação de que eu não havia retornado. Desisti, e fiquei com a pecha de que sou um horror com o telefone, não atendo, não retorno etc...
O segundo, um palm magnifico, falava como todo bom telefone, além das mil e uma utilidades que eu nunca cheguei a descobrir. Também cozinhava, pregava botões e de tanto cair no chão desistiu de ser telefone. Só queria saber de tirar fotos, até atendia uma ligação de vez em quando, mas a coisa dele mesmo era fotografia.
O último durou um mês, e num ato total de rebeldia mantém em sua tela de cristal liquida uma imagem abstrata linda, digna de museu de arte moderna. Assim, não sei quem esta me ligando nem sei se estou ligando para o numero correto, mensagens nem pensar, só vejo um envelope azul piscando.
O fixo durante 3 meses fazia conference call com a vizinhança, primeiro com o pessoal do prédio depois se aventurou pras redondezas e foi para bairros distantes. O bom é que as pessoas são simpáticas, compreendem, desligam, te ajudam, teve um que até fez a ligação pra mim, já que eu não conseguia.
Mas, os meus problemas com telefone incluem também perda, assaltos, mergulho no vaso sanitário, refrigerantes e coisas mais. Por isso, a cisma da maldição...
Esse meu amigo que entende de coincidência disse que eu preciso compreender as mensagens. Eu ainda não entendi, e o pior, é que as mensagens continuam chegando. O rádio do meu carro também não quer ser um rádio, só mostra as horas. Há também a máquina fotográfica, o depilador e sei lá mais o quê.
E, agora a geladeira está tentando fazer contato comigo. Eu sei, eu sei pela insistência! Mas, meu Deus, eu não falo língua de geladeira e a assistência não funciona finais de semana e feriados.
Ela apita ininterruptamente (agora está silencio, de vez em quando ela cansa e pára, dá até pena), e acende umas luzinhas. Obviamente como mulher antenada e esclarecida busquei manual, site, fóruns e nada. Há todo um padrão de apitos, eles tocam em uma freqüência crescente, aceleram, diminuem e depois param. Cansada, sem compreender desliguei a pobre da tomada, acabei esquecendo e hoje de manhã quando fui abri-la, fui correndo ligá-la. Tentou novamente em seus esforços refazer os contatos, mas acho que desistiu já que há um bom tempo não mais apita.
Outro amigo disse que o que eu precisava mesmo era de um marido. Não sei... Será que os maridos captam as coincidências e as traduzem? Assim, sem marido, estou eu aqui a me perguntar que coincidências são essas, que mensagens são essas que me chegam e não percebo. Por favor, aceito conselhos, sugestões e o telefone da assistência técnica (rsrsr)
4 comentários:
Patrícia, embora imagine que pra você esteja sendo um tormento esta falta de comunicação com os seres eletrodomésticos, não pude deixar de morrer de rir com seu texto...
bjs
Lucia
Lucia, que bom que gostou! Alguém disse que é um trânsito planetário, passa... (espero, rsrsr)
bjs
Querida, somos duas que foram amaldiçoadas, e eu, duplamente. Num período de 1 ano foram 5 celulares, sem contar que sofro por trabalhar nesta área.
hehe Aquele post antigo que tu leu é do comecinho do meu blog... Escrevi logo após o meu último celular ter estragado e até dia de hoje - juro por essa luz que me ilumina - não tive mais celular nenhum! E por incrível que pareça, não sinto falta, estou completamente adaptado e satisfeito com a vida sem o aparelho! Porém, vejo que o teu caso é mais grave, acho melhor procurar um psicólogo ou um técnico em eletrônica! Se não adiantar, sinto muito, mas, terás que arranjar um marido, assim terás em quem pôr a culpa!
Um abraço!
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