estendo o braço numa tentativa cega de tocar a superfície fria e branca da gota translúcida, tarde, a gota se esvai como o éter que desaparece, vejo seus olhos, não mais que seus olhos, esses me sorriem através do tempo, não vá, ainda peço, mas são ecos de um pedido negado, a fronteira do tempo para sempre irrompida, os acordes trazem a dor escura de mais uma noite sem lua, estrelas que nada dizem, cúmplices da música que ecoa a minha volta e me veste como num ritual de morte.
10 comentários:
A morte nos despe! É a vida que procuro nos vestir e proteger.
"Então vamos pra vida!"
... Queria te ver só mais uma vez; e mais e mais; infinitamente te ver. Mas...
Abraços!!
Patrícia, que denso esse eco. Sufoca, penetra até os ossos de cada palavra.
beijos
Valeria, as vezes, a música casa tão bem com o sentimento, e a música penetra, rasga tal faca e a dor é tão sutil, que cobre e não despe, mesmo que a nudez seja cheia de vida.
beijos
Júlio, é isso mesmo, a mensagem é essa, "quero te ver mais uma vez... e sem mas", somente ver...
abraços!
Bípede, ecos, ecos do tempo, ecos de um momento,ecos... interessante, como lembranças a reverberar no vazio.
beijos querida
Trago a música Eco de Jorge Drexler para aqui conversar, lembrei dela ao te ler Patrícia.
Eco
Jorge Drexler
Composição : Jorge Drexler
Esto que estás oyendo
ya no soy yo,
es el eco, del eco, del eco
de un sentimiento;
su luz fugaz
alumbrando desde otro tiempo,
una hoja lejana que lleva y que trae el viento.
Yo, sin embargo,
siento que estás aquí,
desafiando las leyes del tiempo
y de la distancia.
Sutil, quizás,
tan real como una fragancia:
un brevísimo lapso de estado de gracia.
Eco, eco
ocupando de a poco el espacio
de mi abrazo hueco…..
Esto que canto ahora,
continuará
derivando latente en el éter,
eternamente….
inerte, así,
a la espera de aquel oyente
que despierte a su eco de siglos de bella durmiente..
Eco, eco
ocupando de a poco el espacio
de mi abrazo hueco…..
Esto que estás oyendo
ya no soy yo…
Beijos,
Carmen.
Patrícia, esse "ver novamente" é adversativo mesmo, ou seja, o "mas" acontece, ele pinta de uma forma ou de outra, pois o ato de ver vem depois de uma emoção e antes de outra. E a segunda (emoção) só se mostra depois.
Estrelas que nada dizem...
são estrelas sem brilho.
Ainda que pareçam brilhar...
Quantas há!
quando estendo a mão na tentativa de estancar a ferida
repuxa um outro lado, fazendo sangrandar o coração que range os dentos
através do tempo.
Meu carinho, patricia.
Saudades
Samara Bassi
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