Os raios de sol insistiam em entrar quando o dia já ia, perdeu seu olhar na varanda, nas plantas e focou no barulho da tarde, buzinas de carro, gritos de criança e um pássaro. Sua ansiedade impedia de sentir a existência, um anestésico bloqueando o sabor dos segundos, como aquela tarde leve de verão, de fazer de conta que tinha vivido mais um dia, e no entanto, não, era somente uma hora após a outra e, no final, a noite caia. Mas de repente, em meio à culpa, bastava só um olhar à folha tremula ou ao céu azul e era invadida por uma gratidão tamanha que já justificava o ser e estar, simplesmente. Havia o silêncio nas palavras e quando havia palavras era somente para deixar margem à indefinição. Algumas vezes suspirava e ansiava ser salva pelo mar, mas o mar estava distante.
3 comentários:
Entre a distância e o tsunami passam-se poucos minutos e a gente não sabe se fica para olhar o incrível ou se sai correndo para salvar o nariz :)
bjs.
ps. Vê se não some sua desaparecida!!!
tem dias que o mar está distantes mesmo, outros que não sai da gente :)
beijos carinhosos,
Ge
Bonito texto, Patrícia!
Beijinho.
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