a pena pesa a mão e enfraquece a escrita
a dor de uma alma agonizante reverbera entre as paredes
não se ouve o grito do vazio
o silencio escuro invade a tarde, rasgando a retina
preenche pele, poros, e uma velha carne pelo tempo amortecida
sou silencio surdo, mais que ausência de palavras
no espelho, a dor não reflete
aflige um corpo sem memória
em algum lugar uma gota seca em cair insiste
uma fumaça de cigarro no ar tremula
e uma ferida sangra dias não vividos
28 comentários:
Bonito.
Pesado em sentimentos
que belo post.
Muiro bom tudo aqui.
Maurizio
De alguma maneira, identifiquei-me com suas palavras, pois elas (as palavras)têm mantido uma respeitosa distância de meus dedos. Muito embora nada tenha lhes pedido, nem despedido.
O que será, afinal de contas, a tal da inspiração? Mas, seja o que for, venha de onde vier, não tem se avizinhado de mim, o que não está me incomodando.
Obrigado por suscitar-me, ao menos, um comentário, o que não tem sido nada frequente.
Bom dia!!
A poesia desafia a Física ao descrever a invasão do vazio.
BeijooO*
Percorreu-me um arrepio...
Beijos!
selo para ti no meu blog *
Dias não vividos são como fantasmas.
Silêncio, tristeza.
Forte, de um silêncio ensurdecedor.
Beijo, moça!
Patrícia,
Adorei este "silêncio" tão cheio de significados e tão sonoro em sentimentos.
O silêncio sempre pode ser de paz ou de angústia; projeção de intimidade ou falta extrema dela. Silêncio!
Adorei, em particular, as frases:
"sou silencio surdo, mais que ausência de palavras" e
"e uma ferida sangra dias não vividos".
Estas feridas de dias não vividos são as mais doídas, a meu ver, no meu viver.
Belo poema, moça.
Beijo grande,
Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com
Patrícia:
O vídeo falou alto pra mim, me fez parar.
nao há pecado maior do que dias nao vividos
Adorei esse momento de silêncio, me deu até vontade de fazer uns versos sobre a tua pele, teus poros e tua velha carne amortecida.
Um abraço pra ti!
Lindo poema, intrigante vídeo.
Me causou um misto de sensações.
Adoro tua escrita.
Bjus.
Robin, obrigada. Algumas vezes as palavras pesam mais que chumbo.
Obrigada, Maurizio!
Helcio, que bom que minhas palavras silenciosas tenham quebrado seu silêncio.
Desculpe-me, mas ausência de palavras não combina com você!
Beijo grande
Valeria, com certeza as palavras desafiam a física a todo instante!
bjs
Cris, não é nada!!! É só o vento do outro poema!
beijos!
Inês, obrigada querida! É bom abrirmos a alma e deixar lavar os sentimentos.
Beijo grande!
Concordo Bípede, e fantasmas com correntes!
Fernanda, é momentânea, já passou!!!
Lara, acho esse o pior dos silêncios!
beijo, mocinha!
Obrigada, Ivan! Prefiro o silêncio da paz, do encontro consigo mesmo, o silêncio das estrelas...
Vida não vivida dói, dói muito!
Obrigada, moço, por vir me ler!
Beijo grande!
Márcio, que bom que comentou o vídeo, era um complemento ao poema. Descobri o Win Mertens em um documentário belíssimo do Marcelo Masagão, "Nós que aqui estamos, por vós esperamos". Vale a pena ver!
beijão!
Ana, pra esse pecado somente o inferno
Leo, você é ótimo!
bjs!
Saulo, obrigada! Um misto de sensações andam me rondando!
Adoro ser lida por ti!
beijão!
Postar um comentário