Foto:António Costa - site Olhares |
Manhã fria de inverno, sem contorno, dessas que a gente aperta o casaco pra definir limites e segue*... Sigo. Resoluta. Passos firmes que ecoam no caminho. O vento corta, o frio entristece... Sinto frio, frio na alma, nem o casaco pesado ou o cachecol ajudam a impedir o vento. Há vento em mim, o frio é interno, inverno interno. Nem sei porque caminho, nem sei o que busco..., algumas vezes penso que corro pra fugir, fugir das palavras que me perseguem cobrando significados. A página que carrego em minha mão está em branco. Página branca, manhã branca, névoa branca, um branco que é a ausência de meus significados, não faço sentido. Riso seco, metáforas vazias de uma vida também vazia. A vida sem dentes escarnece de mim e balança a cabeça cansada mostrando a tolice de quem pretende o vir a ser, pretensões, ilusões esboçadas em uma manhã também fria e distante, quando o inverno era só uma estação.
*P.S - inspiração vinda do post Atol da Bípede Falante. Lindo texto, assim, como suas indagações. Obrigada, moça.
24 comentários:
Patrícia, foi um prazer [re]visitar-te, muito aqueceu minhas paredes geladas. Tudo que li e [re] li vivificou partituras adormecidas num osculo real a me despertar de forma intraduzível
Abraços
Priscila Cáliga
Um dia escrevi:
Cansado do Inverno.
Lá fora, alguns sinais de primavera.
Outono nos meu olhos
E um Verão quente à minha espera.
Robin K
Acho que entendo o que sentes.
Estamos em pleno inverno. Noite fria, tempo quente, assim canta Djavan. Como você sabe, estou na entressafra de palavras, face ao silêncio estratégico que me visita, convidado por mim.
Espero que o gelo derreta, que amanheçam esperanças em você. Faz de conta que setembro já chegou em você.
Beijo.
Patrícia, apesar do frio, ficou tão quente e acolhedor :) Gostei muito!
Calorosas saudações pelo texto.
Guria, tu não sabe o que é ler um poema assim, com esse clima pálido, tendo como paisagem o frio cortante que faz aqui em Porto Alegre nesse momento! É um inverno interno!
Um abraço!
(As estações existem é dentro da gente, Patrícia)
Beijinhos!
Patrícia,
Lindo. Terrível esse frio que sentimos mesmo quando está quente, essas páginas que permanecem em branco por tanto tempo, a ausência de significados, o sentimento de vida vazia.
Priscila Cáliga..., Lindo nome, tem musicalidade...
Poesia no lugar de príncipes..., talvez, seja por aí, sermos beijadas por poemas.
O prazer foi meu!
Robin, bom saber que a primavera me espera.
Obrigada, moço
Helcio, algumas vezes uma retirada ou ausência estratégica é muito bem vinda, o questionamento deve ser contínuo, que a próxima safra seja abundante!
Eu sou setembro!
bj
Bípede, que bom que gostou! Estou curiosa pra ver a opção de mudança no blog, rsrs
Marcio, obrigada querido!
Leo, vou mudar minha estação interna pra ajudar vocês aí embaixo. Já, já minha primavera chega!!!
beijão!
Canto, com certeza moça, sorrisos ensolarados, olhar outonal, frio interno e amores primaveris :)
beijos
Terráqueo bípede, bom tê-lo aqui!
Obrigada, bom saber compartilhado esse sentimento.
As folhas de papel em branco só ficam assim porque não ousamos apontar o pincel.
Espero que tenha a firmeza para continuar a escrever.
Um beijo e obrigado pela visita!
:)
Esse clima é propício aos surtos...
Evoé!
Gosto deste clima...
Pelo menos eu acho!
abraço
E quando é inverno, cabe um casulo ou uma hibernação. Assim a gente amanhece primavera bonita, quando o dentro vira outra estação.
Coisa bonita te ler, entregue.
Beijoca, lindeza!
Marcio, em mim as manifestações de inverno são passageiras, na verdade, minhas estações são acíclicas, posso primaverar durante o outono, invernar no verão, bem como o período de duração bailar pelo incerto, talvez como um planeta bem distante, onde as estações têm o período que lhe apetecem.
Cris, acho que está mais pra susto!
EVOÉ!!!!
Que venha!!!!
beijo grande!
Juan, seu eu acho combina com as incertezas das minhas estações!
abraço
Sylvia, é por aí moça!
beijo grande, lindona!
Postar um comentário