Quisera ser amor
como amor pudera
haver pretendido
Minh´alma chora
ausência nunca existida
posto lugar, espaço
nunca se quer ocorrido
A árvore chora folhas secas
que leva o vento
o inverno perdido
Teus olhos me encontram
e dizem um tudo
em mudas palavras
Tuas mãos me buscam
no acaso
de gestos cegos
Sinto uma falta calada
de diálogos jamais conversados
de um tempo nunca vivido...
19 comentários:
Os versos da última estrofe deste poema são afinal uma aproximação à definição de saudade. É danado cavar um buraco assim.
Abraços
António
Que o desatino do desencontro-reencontro, da diluição-fusão culmine em sublime atração.
BeijooO*
E o que mais fazemos nós, além de inventar e reinventar a realidade?!
É, Patrícia, é de amor que a gente fala e dele nunca dá pra fugir, né? Tem jeito não: do que foi e não é, do que é sem nunca ter sido, do que ainda vai ser - ttalvez, quem sabe - só nos restam as folhas, outono-inverno, bailarinas das nossas estações.
Ah, adorei a textura das cores do template novo. É quente, é vivo!
Beijo gigante, flor!
Faço minhas as palavras do Antonio Amaral Tavares.
(E obrigadíssimo, Patrícia, por se fazer presente.)
Falta calada dói tanto.
"Sinto uma falta calada
de diálogos jamais conversados
de um tempo nunca vivido..."
Essa necessidade de viver algo que ainda vai acontecer é tão forte quando idealizamos. Suas palavras são densas e transmitem reais emoções.
Beijo imenso, menina linda.
Rebeca
-
Patricia:
Seus poemas são muito bons, escritos por quem conhece o sentido oculto das palavras. Gostei muito do seu blog, vou passar sempre por aqui.
"Minh´alma chora
ausência nunca existida
posto lugar, espaço
nunca se quer ocorrido"
A tua e a minha.
Coisa mais triste, mais linda. Acho que a tristeza possui uma beleza inigualável.
Beijos querida!
O amor desequilibra os sentidos aguçando-os.
Antonio, põe danado nisso!!! buraco sem fim!
beijo
Valéria, atração era, e muita....
beijão
Juliano, nós inventamos e reinventamos a realidade para tentar fugir dos sonhos!
Sylvia, concordo, dá pra fugir não, como disse somente nos restam as folhas..., talvez arrancadas de uma história, sem título, sem personagens, que nunca será contada!
Também amei tudo colorido! É a minha cara!!!
beijão lindona
Ah, bípede, e como dói.....
Oi Rebeca, obrigada, querida, as emoções foram reais!
beijão grande!
Oi Celso, bom te ver aqui!!!
Obrigada e volte sempre!!!
beijão
Oi, Sarah, linda, realmente a tristeza cobre tudo com um manto de infinita beleza. Também, né, tem que compensar, já pensou se a tristeza além de tudo fosse feia? rsrs
beijão
Saulo, será que o amor desequilibra ou equilibra? sentidos aguçados ou obliterados?
não sei.....
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