ouço a chuva lá fora,
o vento na janela,
a noite chora.
em cumplicidade com a chuva e com a noite, também choro,
a água da chuva lava o escuro da noite,
minha alma, molha plantas, ruas e pensamentos,
suas lembranças chovem na noite,
molham minha alma, meus pensamentos, minhas ruas,
caminho noite a dentro, sou a chuva que molha, a noite que cai,
o vento que sopra,
no caminho busco contornos, contorno da noite,
você,
busco você na noite,
na chuva,
na memória,
te busco na noite chuvosa.
15 comentários:
Sempre encantando a gente com textos tão lindos!!!
Um abraço Patricia querida!!!
Nem sempre se vê...lágrimas na chuva. Molhar os olhos de emoção, o corpo inteiro, numa fração...de segundos, de súplicas, de amor (que se queria por inteiro - será possível?).
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Chuva que escorre na vidraça dos
meus olhos. Onde andará aquela que
o vento beija quando chega à
janela?
Talvez a brisa que chegou primeiro
lambeu o rosto dela para levá-la a
soprar com ele...
silvioafonso
.
Queria Patrícia, a chuva é o choro não contido do céu. Ele chora, chora e nós acabamos por acalentar todo esse choro.
O céu chora de vez em quando sobre nós, e nós nem reclamamos. Até fazemos festa!
Lindo texto!
Sil, obrigada, você é um doce! A chuva me encanta, desde sempre falo sobre ela.
Um grande beijo
Lágrimas na chuva não, molhar sim, o corpo todo de emoção, súplicas de amor sempre, possíveis de corpo e alma, completamente inteira.
ah poeta, depois do beijo do vento e da lambida da brisa, ela se perdeu no mundo, distribui agora lufadas de calor, completamente sem pudor.
Carol linda, acho que sempre acalentarei o choro do céu. Como amo a chuva sempre faço festa, até digo para espanto de muitos "Que dia lindo!"
Querida alma gêmea, eu sinto exatamente isso, até escrevi um dia, lágrima quente no vidro frio.
Mas me achei mesmo nessa imagem incrível da noite em mim, dos meus caminhos na noite do meus ser.
Lindo!
Confesso que mergulhei neste poema e me vi perdido nele...como se eu fosse seu personagem nas noites frias de São Paulo...
belo poema
belo o seu espaço
agradecido pela visita ao Rembrandt
abraço
Nossa, foram inúmeras noites passadas exactamente assim: sem saber distinguir o meu choro da chuva lá fora.
Hoje, lá fora chove, mas eu, aqui dentro, estou seca.
Sempre lindas as tuas palavras, sempre tão certeiras.
Um beijo querida!
gostei muito mesmo da sua poesia, parabéns!
;)
Obrigada, Geraldo, de novo, também gostei muito de te ler!
Água, para secar a lágrima,
Mágoa, para enganar o amor,
Anágua, para esconder o pudor,
Águia, para, ao menos, supor.
A chuva, quando vem de longe, chega mais molhada...
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